quarta-feira, abril 05, 2006

Antes de mais sê bem-vindo.
Calculo que tenhas premeditado e pensado bem antes de escrever o que quer que fosse. Até porque reconheço-te esta ponderação noutros âmbitos, e por isso certamente que não te irias precipitar.

Mas bom, passando as formalidades, e depois de ler e reler o que tu entendeste escrever, atreve-mo a considerar que o que se passou contigo é exactamente igual ao que se passou comigo. Escrevo no passado porque no presente a analogia “papel químico” não serve nos moldes, e só sim nos sentimentos.

De facto, somos todos uma cambada de patetas que só sentem verdadeiramente quando sentem que já não podem sentir. O durante é quase indiferente… os avisos são inofensivos… e o pensamento de “sim senhor é isto mesmo” é encarado quase como um “almoço grátis”, onde como todos sabemos não há custo oportunidade.

Ora, é exactamente nesse ponto que pecamos por negligência… negligência pois quando chegamos à conclusão de que afinal o caminho que nos aterrorizava é bem menos aterrorizador que o da pseudo felicidade, é que vemos que tínhamos o mundo aqui tão perto e agora só nos resta esta travessia pelo deserto… (rima totalmente gratuita, para quem tenha reparado!)

No meu caso, como tu bem o dizes, foi decretado o estado de black-out.
A meu ver, necessário na teoria bastante aplicável na prática, não deixando cada caso de ser cada caso, mas incrivelmente atormentador para o atravessarmos…

Agarro-me ao sentimento de consciência tranquila, de respeito, de coerência das palavras perante actos, de níveis de dignidade dignos de qualquer pessoa… sei lá… as raízes destas plantas sentimentais são mais frágeis que um bebé na redoma… a verdadeira liamba está na mutilação total destes mesmo que referi…

Mas, o mais importante, e esse é sem dúvida o mais forte, é sentir que não hipoteco um pseudo futuro desejado, independentemente dele ser plausível de acontecer…

A ti, meu caro, todos os conselhos que te possa dar, já te os dei… continuo aqui para repeti-los e compartilha-los sempre que necessário… até ao êxtase da libertação total…

O positivo disto tudo meu puto, meu mano, é a aprendizagem… a constante, intensiva e imposta aprendizagem… que nos vai fazer ir para qualquer estado melhor…

Esta é a minha certeza racional…

Já escrevi irmão!